A cannabis é uma planta que tem sido utilizada ao longo da história tanto para fins medicinais quanto recreativos. No entanto, há uma confusão comum entre esses dois usos, muitas vezes devido à associação da planta com o efeito psicoativo, que é mais enfatizado no contexto recreativo. Para compreender melhor os benefícios da cannabis medicinal e desmistificar essa associação, é importante entender as diferenças essenciais entre os dois usos.
O uso recreativo da cannabis tem como principal objetivo proporcionar uma sensação de euforia ou relaxamento, geralmente por meio dos efeitos psicoativos do tetrahidrocanabinol (THC), o composto responsável pelas alterações na percepção e no estado mental. Esse uso é caracterizado pelo consumo para lazer, geralmente sem uma finalidade terapêutica ou de alívio de condições médicas específicas. O efeito psicoativo do THC, que causa a sensação de "alta", é o que muitas vezes é visto de maneira negativa ou associada a comportamentos de abuso.
Por outro lado, o uso medicinal da cannabis é voltado para o tratamento de condições de saúde específicas e controladas, com o objetivo de proporcionar benefícios terapêuticos, como o alívio da dor, redução de inflamações, controle de crises e melhora da qualidade de vida. Nesse contexto, a cannabis é utilizada de forma planejada e supervisionada, com dosagens controladas para atingir os resultados desejados. O uso medicinal da cannabis não se resume ao THC, mas também ao canabidiol (CBD), que é um composto não psicoativo e amplamente utilizado para tratar condições como ansiedade, dor crônica, epilepsia, distúrbios do sono, entre outros.
Uma das maiores diferenças entre os usos recreativo e medicinal da cannabis está na dosagem e forma de consumo. Enquanto no uso recreativo as quantidades e a frequência de consumo não são regulamentadas, no uso medicinal a dosagem é cuidadosamente prescrita por profissionais de saúde, com base nas necessidades do paciente. Além disso, no uso terapêutico, a cannabis pode ser administrada em diversas formas, como óleos, cápsulas, cremes ou vaporizadores, de maneira a garantir um controle preciso dos efeitos terapêuticos, sem os efeitos psicoativos indesejados.
A cannabis medicinal é aprovada e regulamentada por autoridades de saúde, que consideram sua eficácia e segurança quando usada sob orientação médica. A preocupação com o uso recreativo, por outro lado, envolve o risco de abuso e os efeitos negativos para a saúde mental e física, especialmente quando consumida em quantidades excessivas e sem controle.
Portanto, embora ambos os usos envolvam a mesma planta, as intenções, a dosagem e os efeitos são completamente diferentes. O uso medicinal da cannabis, quando orientado por profissionais de saúde, oferece uma alternativa valiosa para o tratamento de várias condições, enquanto o uso recreativo é mais voltado ao prazer temporário e pode apresentar riscos quando não é feito com responsabilidade.